A sociedade brasileira, precisa envolver-se mais nas questões educacionais, vivemos momentos difíceis, pautados pela violência, pelo desrespeito e pela falta de amor, onde a família tem perdido seu espaço para o mundo virtual e carentes de atenção e amor, seus filhos parecem penarem na atmosfera terrestre.
Há uma grande confusão, em exercer com determinação o papel de pais, e simplesmente ignorar e até passar as mãos na cabeça do filho. Essa função exige amor, comprometimento, abnegação, respeito, empatia e acima de tudo compartilhar, o outro também precisa ser ouvido com atenção e quem ouvi fica em silêncio, atento às informações transmitidas.
A família brasileira, não pode acreditar que a Escola é responsável pela educação de seus filhos, precisam acordar e assumirem seus papéis, e começarem desde o ventre materno a envolverem a criatura gerada.
Seu feto é uma vida, que vai receber suas emoções e do ambiente em que você convive, trará todas as impressões que a gestação se encarregar de passar para ele, e se houver amor durante a gestação, onde os familiares do gerado, o aguardam com carinho, respeito e consideração, qualquer adversidade sofrida pela gestante neste período, será mais fácil de superação pelo bebê que ela carrega no ventre.
A educação, começa no momento em que você toma conhecimento da gravidez, e se perpetua pro resto da existência humana, ela é sempre um processo inacabado, digna de reflexão e reforma íntima.
Abandonar o filho para a Escola cumprir seu papel, é abdicar-se da responsabilidade de Ser pai, mãe, ou outra denominação familiar, seja lá quem participa diretamente da vida dessa criança.
Os governantes falam em escola de tempo integral, e os pais ficam ansiosos esperando, esta tal escola, falam em diminuir o período de férias e os pais ficam certos de que o dever deles é só procriar e não importa quais as condições são oferecidas por essa escola, se os filhos estiverem guardados atrás dos muros das Instituições.
Lamentavelmente, eles preferem acreditar que educar é só dar coisas materiais quando podem, e quando não têm condições financeiras para tal, acham que educar é só arrumar uma boa escola e abandoná-los nas mãos dos professores, que a família prefere acreditar que são tios e tias.
Não adianta os governantes, dizerem que estão equipando as escolas, para torná-las um lócus apropriado para o ensino integral, precisam realmente, investirem em educação, para tornarem o sistema atual digno, colaborando com os profissionais da educação, que são subjugados e tratados como escórias sociais.
Na atual conjuntura, muita gente tem investido na formação superior, num curso de habilitação para área pedagógica, pelos baixos custos que certas Instituições oferecem esses cursos, o que desprestigia a classe do magistério, no entanto, para atuar na área é necessário certas competências e habilidades, que só a formação superior não certifica.
Portanto, vivenciar o dia a dia da sala de aula, não é para qualquer um que carrega o diploma embaixo do braço, precisa acima de tudo, ter uma saúde mental de “ouro”, integridade moral e ética , conhecimento, criatividade, iniciativa, liderança e outros tantos outros adjetivos, mas sem nunca esquecer do Amor ao próximo e àquilo que faz.
O fato de amar, não lhe tira o direito de ter um tratamento digno, inclusive de recursos materiais, o amor enobrece a alma e não é sinônimo de abdicação de bens materiais, que frise bem isto na cabeça dos governantes. E igualmente para governar faz-se necessário ter pelo povo, respeito, empatia e amor.
Atuo no sistema educacional desde 1976 e minhas palavras são da vivência de todos estes anos, do sofrimento, da falta de recursos em sala de aula e da falta de reconhecimento profissional, parece recolher migalhas para angariar e subsidiar a existência, apesar de até a presente data, eu nunca ter deixado de estudar.
A vida do professor é esta: estudar, estudar e estudar, e nunca esquecer que essa é uma riqueza que ultrapassa a esfera física e transpõe para o universo e vai além da alma.
Irene Fonseca