Começo meu artigo pensando num mundo melhor, onde o diálogo prevaleça, que as famílias tão ausentes na sociedade atual, não procurem a forma mais fácil de corrigir seus filhos, apoiadas no pensamento de vários especialistas que colocam esta prática como solução para problemas disciplinares.
Meus vários anos de estudo e reflexão, me dá hoje o direito de pensar num cantinho, sobre o que é mais saudável para o desenvolvimento bio-psio-social, o que não conseguiria fazer, sem os pré-requisitos que fui acumulando ao longo da minha existência e após várias pesquisas e estudos na área da Pedagogia , Psicologia e Psicopedagogia.
Nos dias atuais, é comum ouvir-se de professores, que mandam a criança pré-escolar para um cantinho pensar, quando estas fazem alguma coisa que desagrada. Este pensar, é reconhecido pelo aluno, como castigo, embora muitas vezes ele nem saiba falar direito, e nem das fraldas tenha saído.
Como professora de Filosofia, tenho uma outra abordagem sobre o ato de pensar, e não o associo a punição, uma vez que a reflexão contribui para o aprendizado e também desenvolve o espírito crítico, contribuindo para o desenvolvimento da inteligência e para o aprimoramento do conhecimento.
Portanto, quando faço a criança pensar que será castigada, e que tem que pensar, estou demonstrando à ela, que pensar não é um ato que possibilita buscar soluções para resolver problemas, e sim um castigo, porque toda vez que não agrada, a colocam para pensar.
Esta forma de punição é transferida da escola para casa, e vice-versa, as pessoas não sabem como resolver a indisciplina, que muitas vezes está relacionada com a falta de cumplicidade, de diálogo e de afeto dos envolvidos.
A criança reconhece quando reprovamos seu ato, mas dependendo da idade, não tem maturidade para entender porque estou acuada para pensar, e fica desolada e desconfiada, o que afetará seu estado emocional, e poderá trazer outras consequências para o desenvolvimento social.
Portanto, evitar constrangimento é uma forma saudável de educar, previsto no próprio Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA -Lei 8069\90).
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição de pessoa em desenvolvimento.
A Lei 9394\96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), trata sobre as finalidades da Educação conforme segue:
Título II - Dos Princípios e Fins da Educação Nacional.
Art. 2. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
Durante mais de trinta anos de magistério, dentro e fora da sala da aula, exercendo função de professora e Gestora, pude observar quanto o diálogo é importante, sempre apoiado na tolerância.
Para dialogar você precisa parar o que está fazendo, olhar para criança e vê-la, permitir que ela sinta que sua atenção está nela e que existe afetividade, cumplicidade, respeito e carinho.
Quando um educador manda uma criança pensar, provavelmente ele não quer dispor de tempo para a mesma, ou não sabe que orientação dar naquele momento.
Quem educa precisa ser inteligente, criativo e receptivo e nunca menosprezar ou subestimar a inteligência de uma criança, reconhecer que ela quer ouvir, argumentar e entender.
Educar é um processo a longo prazo, portanto, não espere que sua criança entenda quando você explica uma vez, duas, três... Tenha paciência, e pense que quando você estiver na velhice, ele terá com você a mesma paciência que você a ensinou a ter na infância.
Após a troca de diálogo, pais e filhos, não terão problemas de comunicação, aprenderão a se respeitar e a trocar sonhos,frustrações e as experiências concedidas pela vida, onde cada um sabe qual é o seu papel e o seu limite.
E aos educadores que utilizam o cantinho em sala de aula, deixo a mesma orientação, paciência, amor, afetividade e acima de tudo, compromisso com o ser que está em formação na idade pré-escolar, para que ao chegar no ensino fundamental, ele tenha uma postura mais adequada.
Educar é um compromisso que começa no útero materno e se estende por toda a existência humana, portanto quem educa deverá aprender que é a persistência e o amor que elevam as criaturas e possibilita a fala entre as almas.
Após as críticas realizadas aos educadores que utilizam a prática "do cantinho de pensar", houve uma alteração do nome
para o "cantinho da disciplina", o que não altera a modalidade do castigo.
Os pais não devem consentir a propagação desse tratamento no lócus escolar, e estendê-lo para o ceio familiar, julgando ser uma prática libertadora e a solução da indisciplina da criança.
Converse com seu filho, quando ele já fala, ouça e caso não fale, procure conhecê-lo através de suas birras e outras manifestações, para que possa etendê-lo e juntos pocurar a melhor solução.
Ser pemissivo também é uma forma de afastá-los, eles sempre reconhecem quando estão sendo rejeitados ou repudiados, e muitas vezes um sim, é simplesmente para dar um basta ao problema, mesmo que a solução não tenha sido clara.
Irene Fonseca
Especialista em educação
Nossa proposta é compartilhar um pouco daquilo que acreditamos e repensar a prática através de um processo reflexivo contínuo. (Irene Fonseca) Contabilista,Pedagoga,Especialista em Didática, Psicopedagoga ( Institucional e Clínica) Escritora, poetisa, Terapeuta Holística, Mestre Reikiana e Psicanalísta.
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13 de setembro de 2023
Cantinho do pensar ou da disciplina?
4 de agosto de 2023
Gestão Tarcísio determina que diretores assistam às aulas dos professores e façam relatórios.
Gestão Tarcísio determina que diretores assistam às aulas dos professores e façam relatórios.
· A regra foi imposta por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial na sexta (28/07/2023)
· Sindicato dos professores divulgou comunicado em que afirma que a medida é 'inaceitável'.
Lamentável, em pleno século XXI, tem-se que ouvir e acreditar que governantes tenham essa mentalidade sobre Educação e lócus escolar.
Talvez, por desconhecerem a dinâmica de um cenário de ensino, e a própria legislação, preferem subestimar o papel dos educadores e gestores, que estão vinculados a Instituição, por reconhecerem as responsabilidades que exercem no sistema educacional que ultrapassam a esfera horizontal.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; (artigos 205 e 206 da Constituição Federal de 1988)
Quando pensamos em educação, faz-se necessário ter um olhar analítico sobre a legislação. Ninguém pode trabalhar pelo “pleno desenvolvimento da pessoa”, sem a liberdade de ensinar, de aprender, e sem aplicar com autonomia, as concepções pedagógicas que desenvolveu através de pesquisas e respeito ao pluralismo de ideias.
O professor, não cai de paraquedas dentro da sala de aula, nem é eleito professor por voto do povo, não pode ser colocado como escoria de um sistema, que procura atribuir a ele, o fracasso da aprendizagem, sem procurar equipar e atualizar as ferramentas utilizadas, onde o giz, continua sendo o protagonista na sala de aula. Como não bastasse, ainda criam pareceres, ou outros meios, para não abrirem mão de verbas, para equipar as escolas de livros e materiais didáticos diversificados e tecnológicos.
Os gestores, respondem pela organização administrativa e pedagógica da escola, orientam os funcionários de forma geral, garantem assistência aos professores, alunos, pais ou responsáveis, a comunidade e ainda atendem todas as convocações da secretaria da educação, ou outros órgãos a que estão subordinados.
Sem contar os “incêndios” que apagam todos os dias, lidam com pessoas e não com robôs, as demandas acontecem e geralmente, nas escolas da rede, podemos dizer;
“que são pau pra toda obra”. Mesmo fora da sala de aula, eles sabem como é o trabalho do profissional que desempenha a função de professor, que segue um planejamento pedagógico, registra diariamente as questões trabalhadas e semanalmente participam de reuniões pedagógicas, cujo objetivo é avaliar com os pares, o processo educacional individual e coletivo.
Os senhores governantes, precisam ter um “olhar profissional” sobre as pessoas que dedicam sua vida ao magistério, diferente do que fazem, devem trabalhar pela dignidade desses profissionais que levam todos os dias sua jornada para casa. Lá continuam preparando aulas, projetos, realizando pesquisas e corrigindo atividades dos alunos e pensando como proporcionar aprendizagem ao alunado, respeitando as condições de cada um, levando um ensino personalizado fruto de horas de estudo.
Irene Fonseca
Especialista em Educação
1 de agosto de 2023
Cadê os livros físicos?
A PALAVRA É:
Inconfomada! Qual a intenção do Estado em não fornecer livros didáticos para as escolas ? Quem acredita que o Sistema, vai dispor de computadores aos alunos e pofessores, com internet, para que eles acessem o Livro Digital?
Minha tristeza é ver a Educação cada vez mais sucateada, tirando também o direito de garantir maior formalidade nas salas de aula, onde o direito à educação, seja um compomisso do Estado, da Sociedade
e da família, conforme reza a Constituição Federal de 1988:
De acordo com a Constituição brasileira, em seu artigo 205, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Assegura ainda, no artigo 206, a “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.”
O Estado, deve salas de estudos equipadas, com livros físicos e digitais, como incentivo à pesquisa, ao estudo em tempo integral, onde o discente possa trocar seu interesse pelas ruas e pela ociosidadde, e buscar maior envolvimento com a cultura, garantindo recriar histórias e garantir a equidade social.
Quanto menos a sociedade tiver compreensão, maiores decisões contra o povo serão efetivadas!.
Irene Fonseca