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6 de abril de 2020

Ética as Avessas"


ÉTICAS   ÀS AVESSAS
Irene  Fonseca

            Durante muitos anos da minha vida, passei ministrando disciplina sobre a questão da ética na sociedade, a ética como dever profissional, inclusive analisando códigos de ética intrínsecos à determinadas áreas profissionais.
            A educação é um ato social, trabalhar a ética na sociedade brasileira e atrelar aos currículos educacionais e preparar o cidadão para atravessar momentos difíceis pautados pela violência, pelo desrespeito e pela falta de amor.
            O mundo virtual parece educar ou deseducar mais do que as famílias, o espaço e o tempo desenvolvem expectativas e travam uma batalha para atingir os objetivos de construírem uma sociedade coesa, justa, pautada no respeito, na solidariedade e no amor, laço que mantêm o ritmo de uma sociedade digna e imparcial.
   Viver é um ato de coragem, requer uma série de pré-requisitos que os mais velhos passam para as criancinhas e estas, consequentemente vão  entendendo que a autoridade é resultado de uma sociedade organizada,  que o respeito é uma plenitude do espírito e que o perdão renova as energias daqueles que produzem em si mesmo o espírito da liberdade.
Liberdade é a expressão mais nobre do espírito, assinala o grau de desenvolvimento espiritual de cada personalidade, e é privilégio de poucos. O motor que engrena este sentimento tem como fonte doadora a “educação”.
Educar não é sinônimo de moldar, quem educa tem que ter autoridade suficiente para aceitar cada criatura e sua forma de ser, isto é respeito.
O respeito não é assegurado pelo autoritarismo, nem pelas repressões e outras formas de coações, ele é genuíno e desenvolve concomitante ao sentimento de Amor, que de forma plena não se presta a cobranças e especulações, apenas vive e permite viver-se. Não compara, não coage, não dita regras, mas juntos somam e discutem limites.
1Chamamos de coação social, escreve Piaget, toda relação entre dois ou “n” indivíduos na qual intervém um elemento de autoridade ou de prestígio.
Ao escrever sobre a ética as avessas, pensei sobre o momento que a sociedade brasileira passa, e me causa preocupação a postura de certos governantes, que usam o “poder” nos discursos como forma de repreensão, ameaças e imposições, lamentavelmente se pautam numa conduta autoritária, desrespeitável e se mantêm na ignorância.
A expressão “espiritual” de cada personagem deve ser respeitada, os homens do cenário político precisam entender que ocupam um status na nação, porque felizmente ou infelizmente foram eleitos pelo povo e este fato não os eximiu de realizar estudos, ouvir especialistas  e aprenderem e juntos buscarem soluções para uma sociedade doente, inclusive perdida nas questões da educação e da ética.
Só há amor pelo próximo e pela humanidade, onde a simplicidade, o respeito e a cumplicidade  se harmonizam, e nos parâmetros deste triângulo se estabelece um espírito ético, sensível e que ouve sem julgamentos, sem rotular e sem fazer projeções pessoais. Aquele que busca em seus atos e em suas ações, o bem maior, a “sabedoria”, com objetivo de um  mundo ético, coeso e direcionado no servir

27 de março de 2020

O Tempo


Pequenos minutos,
Horas em vão.
Correndo estamos,
Fazendo de tudo
Pensando no tempo.
Descobrimos que temos, um companheiro inseparável...
De forma discreta,
Sem querer  nos reflete,
E sua interferência,
As vezes perturba
Outras nos orienta,
Outras cria neuroses...
Perdidos no tempo,
Esquecemos o mundo, 
Lutando contra a hora
Contra nós mesmo.
Passam dias,
Passam anos,
O tempo não parou,
E de alguma forma
Permanecemos controlando os impulsos, 
Porque não deu tempo...

Mas o tempo esquecido, perdido,
Nem sempre esconde desafetos,
Emoções desmedidas,
Anseios desenfreados
Desgastados ao meio,
Onde  turbilhoes de sentimentos
Perdem-se no tempo,
E sem desculpas,
Precisam de mais tempo,
Para limpar o percurso,
Que se perdeu no tempo!

Irene Fonseca